Quem foi Marie-Catherine d'Aulnoy, criadora dos Contos de Fadas
Se você gosta de contos de fadas, provavelmente conhece as histórias dos irmãos Grimm, Hans Christian Andersen e Charles Perrault. Mas você sabia que foi uma mulher a responsável não apenas por coletar contos clássicos, mas por cunhar o termo "Contos de Fadas"? Conheça a mulher por trás de um gênero querido pelos leitores.
Marie-Catherine Le Jumel de Barneville, condessa de d’Aulnoy, nasceu aproximadamente em 1650, na França. Em 1697, dentro do mesmo contexto que levou Charles Perrault a publicar várias das histórias que viajam o tempo e abriram as portas para o gênero, Marie-Catherine d'Aulnoy cunhou o termo "Contos de Fadas", como o gênero ficaria conhecido até hoje.
O final do século XVII deu início a uma grande onda literária, com Perrault e outros autores publicando suas coleções de contos de fadas, mas Marie-Catherine d'Aulnoy também deixaria sua marca.
Segundo Jennifer Schaker, citada por Maria Zilda da Cunha e Lígia Menna em Narrativas e Enigmas da Arte, os contos de Marie-Catherine d'Aulnoy ajudaram a definir o que seria um “conto de fadas” à época: narrativa de “paisagem fantástica” na qual “as personagens enfrentam desafios sociais”, além de ser escrito como “entretenimento adulto e provocação intelectual”.
Segundo D.J. Adams, também citado pelas autoras, “as traduções dos contos de fadas de Mme. d’Aulnoy foram mais populares na Inglaterra durante o século XVIII do que os de qualquer outro autor francês, inclusive Perrault".
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Assim como vários autores ao longo do tempo, Marie-Catherine d'Aulnoy foi deixada às margens da crítica literária. Ainda segundo D.J. Adams, mencionado em Narrativas e Enigmas da Arte, parte da razão para isso pode ter surgido pelo interesse da autora em histórias de príncipes, reis e rainhas, bem como pela presença recorrente de descrições do modo de vida cortesão.
O autor ainda diz que "a fantasia inventiva de caráter atemporal típica do conto de fadas encontrava resistência no que diz respeito à noção clássica e racional de “tempo” narrativo cultuada pela teoria literária vigente, ressaltando que o prestígio do conto de fadas entre os críticos e historiógrafos franceses do século XVIII é inversamente proporcional ao seu êxito editorial."
Hoje, Marie-Catherine d'Aulnoy é reconhecida como uma das grandes escritoras do século XVII, cujas histórias influenciaram muitos outros escritores e inspiraram adaptações em diversas formas de arte, como cinema, teatro e música.
Além dos contos de fadas, Marie-Catherine d'Aulnoy escreveu romances de viagem e romances históricos, ampliando seu leque como autora. Ela morreu em 1705, deixando para as gerações futuras uma riquíssima herança literária que continua sendo revisitada e lembrada.
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