As histórias de Edith Wharton
Em uma sociedade rigidamente controlada e em uma época em que as mulheres eram desencorajadas a alcançar qualquer coisa além de um casamento adequado, uma autora se destacou por seu trabalho e se tornou um dos maiores nomes da literatura norte-americana.
Edith Wharton nasceu em 1862, em Nova York, nos Estados Unidos. Nascida em uma família rica, a jovem Edith passou parte de sua infância na Europa, principalmente França, Alemanha e Itália, desenvolvendo tanto seu talento para as línguas quanto um profundo apreço pela arte como arquitetura e literatura.
Sua carreira na literatura começou já em 1872, quando voltou à Nova York. Com apenas 16 anos publicou sua primeira coletânea de poemas. Ao final de sua adolescência, com 17 anos, Edith começou a frequentar festas e bailes da alta sociedade de Newport e Nova York. Essa realidade de privilégios serviria de inspiração para críticas presentes em suas futuras obras.
Anos mais tarde, mesmo tendo apenas 23 anos, em uma sociedade que esperava que a vida das mulheres fosse voltada para o casamento e a família, Edith Wharton estava começando a ganhar a fama de "solteirona". Foi apenas em 1885 que se casou com Edward Robbins Wharton com quem dividiu a vida até 1913, quando o casal se divorciou e Edith se mudou permanentemente para a França.
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Seu primeiro grande projeto literário aconteceu em 1897, com The Decoration of Houses, livro de ficção sobre design e arquitetura cuja co-autoria dividiu com Ogden Codman, Jr. Entretanto, o trabalho com a escrita teria reflexos que nem a própria autora poderia imaginar.
Em 1914, quando a Primeira Guerra Mundial estourou, Edith Wharton vivia em Paris e já havia se tornado rica e famosa. Em vez de buscar a segurança na Inglaterra ou voltar aos Estados Unidos, Wharton optou por ficar na França e se dedicar à criação de uma complexa rede de organizações beneficentes e humanitárias. Ela usou seus privilégios, recursos e trabalho para relatar das linhas de frente, ajudou milhares de refugiados que chegaram a Paris, abriu um hospital para afetados pela tuberculose e angariou fundos. Wharton chegou a receber uma Legião do Mérito da Ordem Nacional da Legião de Honra da França, recompensa máxima por méritos eminentes militares ou civis à nação.
Após a guerra, Edith continuou escrevendo. Em 1921 ela se tornou a primeira mulher a vencer o Prêmio Pulitzer de ficção com seu romance The Age of Innocence. Wharton escreveu mais de 40 livros em 40 anos, incluindo obras sobre arquitetura, jardins, design de interiores e viagens. Além do Pulitzer, recebeu um doutorado honorário em Letras da Universidade de Yale e a se tornou membro pleno da Academia Americana de Artes e Letras.
Edith Wharton morreu em agosto de 1937, mas a história que viveu e as que escreveu continuam ecoando. Wharton fez sua estreia na Sociedade das Relíquias Literárias com o conto Depois e agora retorna com A Completude da Vida, uma reflexão sobre o que nos completa e com quem escolhemos compartilhar os dias.
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