Louisa May Alcott para além de Mulherzinhas
Louisa May Alcott nasceu em 1832 no estado da Pensilvânia, Estados Unidos. Ao lado de suas três irmãs, foi educada principalmente por seu pai, o professor e filósofo A. Bronson Alcott, e criada sob a forte presença do cristianismo por sua mãe, Abigail May. Os pais de Alcott fizeram parte do movimento transcendentalista do século XIX, uma corrente religiosa popular, de forma que Louisa e suas irmãs cresceram às sombras desses ensinamentos.
A escrita se mostrou uma paixão desde muito cedo. Quando criança, tinha uma rica imaginação e suas histórias serviam de inspiração para peças que ela e suas irmãs encenavam para amigos. Segundo a própria Louisa, nesses casos, preferia interpretar os papéis mais sombrios, como vilões, fantasmas e rainhas desdenhosas. Aos oito anos, começou a escrever poesia e logo seguiu para os contos.
Frente à pobreza que assombrava sua família, Louisa começou a se preocupar com formas de fazer o dinheiro entrar na casa já aos 15 anos de idade. Chegou a trabalhar como professora, costureira, governanta e empregada doméstica, até mergulhar na carreira de escritora.
Louisa trabalhou até mesmo como enfermeira durante a Guerra Civil Americana, período em que contraiu febre tifóide. Sua experiência no hospital como paciente e enfermeira futuramente serviria de inspiração para o romance Hospital Sketches, de 1863. Com apenas 22 anos, publicou seu primeiro livro, Flower Fables, de 1854.
Pouco mais de uma década depois, publicou o que se tornaria seu trabalho mais famoso e uma das histórias mais conhecidas da literatura do século XIX. Foi em 1868, quando tinha 35 anos, seu editor, Thomas Niles, pediu que escrevesse o que chamou de “uma história para meninas”. Em apenas três meses, Louisa May Alcott rascunhou a primeira versão de Mulherzinhas, livro que imortalizaria seu nome na literatura mundial.
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Mulherzinhas é baseado na história de Louisa e suas irmãs, com muitas das experiências domésticas inspiradas em eventos que realmente aconteceram em Orchard House. A casa, inclusive, é aberta à visitação, recebendo entusiastas que procuram ver um pouco de como foi a vida da família Alcott no lugar em que viveram, e também conferir as inspirações para um dos mais famosos romances da literatura.
O livro se tornou um sucesso estrondoso desde o lançamento. Muitos leitores se identificaram principalmente com a protagonista Jo March. Segundo o site dedicado às visitações em Orchard House, a protagonista de Mulherzinhas “agia a partir de sua própria individualidade - uma pessoa imperfeita e de pensamento livre, diferente do estereótipo idealizado de perfeição feminina até então predominante na ficção infantil”.
Louisa May Alcott nunca se casou nem teve filhos, porém adotou sua sobrinha depois da morte da irmã. Louisa sofreu com crises relacionadas à saúde ao longo de sua vida. Ela atribuiu sua condição debilitada ao envenenamento por mercúrio, que acreditava ter contraído enquanto trabalhava como enfermeira durante a Guerra Civil. A autora morreu em março de 1888, apenas dois dias depois do falecimento de seu pai.
Louisa May Alcott deixou um legado de mais de 30 livros e coletâneas de contos e poemas publicados ao longo de sua vida. Seus livros voltados para públicos mais jovens continuaram bastante populares. A redescoberta de algumas de suas obras menos conhecidas no final do século XX, têm despertado um interesse cada vez maior na ficção adulta que Louisa escreveu.
A Confissão de Agatha, conto publicado em 1857, mostra um lado mais sombrio e eletrizante da autora que conquistou o mundo com Mulherzinhas, e agora chega com exclusividade para os assinantes da Sociedade das Relíquias Literárias. Baixe o conto ainda hoje!